Fonte: Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura - da Agência
Estado

Depois dos encontros, a
presidente se reuniu com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, um dos
seus interlocutores econômicos, e, em seguida, com Bernardo Figueiredo,
presidente da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística. A idéia era
começar a repassar a eles as queixas e impressões ouvidas dos empresários, para
agilizar os processos de destravamento da economia. Dilma avisou que quer
começar a se reunir com ministros de várias áreas, para que eles apresentem um
planejamento estratégico, com metas de curto, médio e longo prazo, que possam
ajudar a desemperrar projetos, além de ampliar o financiamento e os
investimentos em infraestrutura.
Nesta sexta, foi a vez dos
presidentes do Bradesco, Luiz Trabuco, e do Sindicato Nacional da Indústria da
Construção Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho. Com ambos, a exemplo das
conversas mantidas com empresários da Vale, Odebrecht e Cosan, a presidente
discutiu a ampliação do financiamento para o setor privado, necessidade de
manutenção dos empregos, defendeu o aumento da competitividade e até falou dos
juros que precisam continuar caindo. Ouviu promessas de que os investimentos
continuarão e que todos investirão nos projetos que o governo considera
essenciais como os de infra-estrutura.
— Comentamos de uma forma
geral aquilo que pode ser feito. Preocupação muito grande é a necessidade de
ampliar investimentos, esse país nunca teve o volume de obras que está
programado e é preciso que amplie o financiamento do setor privado — disse
Tourinho, após o encontro.
À tarde, foi a vez do
presidente do Grupo Lafarge, Bruno Lafont, empresa líder mundial em materiais
de construção, que anunciou que investirá R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos,
de olho nas obras de infraestrutura e de construção de casas. O investimento,
no entanto, representará a metade do que a Lafarge desembolsou nos últimos
cinco anos no Brasil, apesar de o empresário ter dito que a empresa acredita e
aposta no crescimento do país.
— Temos de considerar que
fizemos compras muito grandes nos últimos cinco anos e isso não representa
diminuição de atividade, trata-se de investimento vegetativo, orgânico para
acompanhar o crescimento do mercado — afirmou.
E explicou:
— O que eu chamo de
crescimento orgânico é a construção de novas fábricas ou aumentar os tamanhos
das atualmente existentes e faremos isso aumentando nossa capacidade de
produção de cimento, de brita e de concreto.
A iniciativa de realizar
encontros como os desta sexta-feira deverá prosseguir já que muitos outros
empresários estão pedindo audiência com a presidente Dilma. Eles querem ampliar
o diálogo que consideram mínimo com o governo, principalmente depois que o
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, perdeu o prestígio
que existia no governo Lula. Ele era considerado como uma espécie de fórum de
entendimentos.
Uma das queixas dos
empresários é que a presidente ou não ouve, ou ouve as pessoas e no final faz o
que ela já tinha em mente, tornando todas as discussões improdutivas. Lembram
que foi assim no caso da definição das regras para a renovação das concessões
do setor elétrico e na definição do pacote de ações para os aeroportos.
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