quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Relatório prevê que Brasil será 6º maior produtor de petróleo em 2030


Um relatório anual da AIE (Agência Internacional de Energia) divulgado nesta terça-feira prevê que, graças às descobertas das novas reservas de petróleo na camada pré-sal, o Brasil passará a ser o sexto maior produtor mundial de petróleo em 2030, com 3,4 milhões de barris diários - atrás apenas de Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Irã e Canadá.
Segundo o relatório World Energy Outlook 2009 (“Panorama da Energia Mundial”, em tradução livre), o país é o terceiro com o maior aumento percentual previsto na produção de petróleo, de 2,9% ao ano, entre 2008 e 2030.
O aumento da produção ficaria apenas atrás do aumento anual de 4,8% esperado para o Iraque, graças principalmente aos investimentos para a exploração das reservas já existentes, e dos 5,4% de aumento anual previstos para a produção canadense.
O mais recente levantamento The World Factbook, compilado pela CIA (a agência de Inteligência americana), indica que o Brasil ocupa atualmente a 13ª posição no ranking mundial de produtores, com produção diária de cerca de 2,4 milhões de barris.
Fonte: BBC - BRASIL



Queda no consumo
A AIE espera um aumento anual de cerca de 1% na demanda global por petróleo até 2030, apesar de uma queda na demanda entre os países desenvolvidos.
De acordo com o relatório da organização, o consumo global de energia deve cair pela primeira vez em 2009 desde 1981, por conta da crise econômica global.
Mas a agência diz que, mantidas as atuais políticas de desenvolvimento, o consumo retomará rapidamente sua tendência de alta no longo prazo, acompanhando a recuperação econômica.
O relatório prevê um aumento anual de 1,5% no consumo de energia mundial entre 2007 e 2030, totalizando um aumento total de 40% no período.
Os principais motores desse crescimento da demanda, segundo a AIE, seriam os países da Ásia (incluindo a China e a Índia), seguidos dos países do Oriente Médio.
Apesar do crescimento da produção de energias alternativas mais limpas, a AIE prevê que o petróleo continuará como a principal fonte de energia mundial até 2030 – a participação do petróleo deverá cair apenas de 34% para 30% no consumo total de energia.
Investimentos contra emissões
O relatório da AIE faz ainda um alerta sobre como o mundo deverá enfrentar as mudanças climáticas.
De acordo com a agência, o mundo precisará investir US$ 10,5 trilhões no setor de energia entre 2010 e 2030 para atingir o objetivo de limitar as emissões globais de gases do efeito estufa e impedir um aumento das temperaturas mundiais em mais de 2ºC.
O relatório adverte que cada ano de atraso na obtenção de um acordo para limitar as emissões somaria US$ 500 bilhões no custo total desses investimentos.
Ainda assim, diz a agência, se esse atraso for de alguns anos, ficará impossível cumprir a meta de limitar o aumento das temperaturas globais em 2ºC.
No mês que vem, líderes de todo o mundo devem se reunir numa conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague, na Dinamarca, para tentar chegar a um acordo para limitar as emissões.
Há um consenso cada vez maior entre os países de que é necessário limitar o aumento das temperaturas globais em até 2ºC, acima do qual as mudanças climáticas podem se tornar imprevisíveis e irreversíveis. Mas ainda há grandes divergências sobre qual a maneira de se conseguir esse objetivo.
Para a AIE, "a cada ano que passe, a janela para ações sobre as emissões se torna mais estreita, e os custos de transformar o setor de energia aumentam".
"Um ingrediente crítico no sucesso dos esforços para prevenir as mudanças climáticas será a velocidade com que os governos ajam nos seus compromissos. A salvação do planeta não pode esperar", afirma a agência em seu relatório.
Segundo a AIE, se nada for feito para limitar as emissões e o aumento das temperaturas mundiais em 2ºC, os custos de adaptação do mundo aos efeitos do aquecimento global serão "várias vezes maiores" do que os custos dos investimentos para limitar as emissões.
"Os países que estarão na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas não devem perder isso de vista", recomenda o documento.

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